O processo foi longo e, em alguns momentos, levou-nos ao desespero: escolher as citações, os vídeos, as fotografias que melhor ilustravam a estória que queríamos contar; ter de deixar - a contra-gosto - informação de fora para que a narrativa não desbordasse numa torrente sem rumo; escrever os textos; pensar as ilustrações, os mapas, os gráficos capazes de falar aquilo que as palavras e as imagens não conseguiam; compreender o que os entrevistados queriam mesmo dizer quando utilizavam expressões locais e encontrar informação de enquadramento importante; comunicar com designers e programadores; rever traduções (realizadas com o apoio da ONGD Grain para a tradução da versão em inglês); arquitectar um plano de publicação da reportagem noutros meios de comunicação.
Dizemos - meio a brincar, meio a sério - que este trabalho demorou mais tempo a nascer do que um filho. Mas nasceu. Queríamos, desde o início, contar uma estória com gente dentro, trazer uma realidade que “está lá longe” para perto. Com esta reportagem, apontamos um holofote para o Corredor de Nacala, colocamos um microfone nos intervenientes que ali actuam e esperamos ser capazes de fazer ecoar as suas vozes. De resto, apenas um desejo: gostaríamos que ao leres, veres e ouvires estas estórias, tenhas o mesmo prazer que tivemos em contá-las.
Diogo Cardoso e Sofia da Palma Rodrigues